Bonsai

«No final ela morre e ele fica sozinho, embora na realidade tivesse ficado sozinho vários anos antes da morte dela, de Emília. Digamos que ela chama-se ou chamava-se Emília e que ele chama-se, chamava-se e continua a chamar-se Júlio. Júlio e Emília. No final Emília morre e Júlio não morre. O resto é literatura:»

Alejandro Zambra

 
Um livro dentro de um livro... que cabe num conto. É mais ou menos isto. Lê-se, na badana, que Jorge Luís Borges aconselhava a escrever como se se estivesse a redigir o resumo de uma obra já escrita. E é isso que Alejandro Zambra faz com 'bonsai'. Um romance-resumo, um romance-bonsai.  
É a história de Júlio e de Emília, mas mais de Júlio com Emília... e sem Emília. Um livro recheado de referências literárias. 

 

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«My house, I say...»*

Capa: Carlos César sobre fragmento de «A Onda», de Renoir.

Capa: Carlos César sobre fragmento de «A Onda», de Renoir.

«A primeira impressão que teve, foi de que conhecia aquele lugar. A sala com as cortinas afastadas e uma janela aberta, mas onde o ar fresco parecia não entrar. As paredes cobertas de estantes até ao tecto. Havia ali um pesado cheiro a rosas e lilases e fumo de tabaco, e livros velhos. As jarras estavam cheias de lilases, e uma abelha esvoaçava entre as flores da mais próxima. 
A lareira estava apagada e fazia frio.»

«Às vezes tenho a impressão de que sabemos, intimamente, tudo o que nos vai acontecer.»


só a sei sentir. não me peçam para escrever sobre a Ana Teresa Pereira, que pareço uma tontinha a balbuciar: flores, cheiros, mar, casa, amor, ela.... ela.... ela... Eu...

* Robert Louis Stevenson